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| Um Parapeito |
A inconstância dura pouco, e toma seu lugar, a imensa exatidão. O princípio se funde com o fim, e é tão impróprio,..., é tão impróprio.
Há um parapeito. Ele mira a calçada, mas também pode mirar a rua. Ele contorna o Aterro, e admira o Pão de Açúcar, este é tão mais alto. Ele abarca os Arcos da Lapa e se pergunta se o bonde não foi longe demais. Fica entristecido com a Ponte Rio Niterói, nunca viu igual, nunca viu tão longe. Se revolta com os horários injustos do Passeio Público e se pergunta o que ainda não viu,..., o que nem vai ver.
Ele vigia as flores, mas sem cuidado algum, e quase cai, mas não cai. Pra cair tem que mudar, ele não cai. Ele é zelo, descanso pra cotovelo. Uma novidade muda. Só descobre quem precisa olhar para fora, para o nunca.
Nenhuma exatidão é como a dele. O que ele é, não é um fim para si mesmo, é um meio para que os enamorados tenham seu próprio meio, e em piores casos, seu fim. Ele é mera representação, um passo em falso, um valete sem rei.
A constância grita, mas não grita como a mudança grita. Aliás, essa não grita, axiomas não gritam.
